Combate ao suicídio: um caminho possível

A campanha de prevenção ao suicídio, incentivada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de iniciativa da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), tem como objetivo desmistificar o tema e incentivar a conversa sobre o assunto pois compreende que falar sobre o tema ainda é a melhor solução, o caminho fundamental para evitar tragédias e diminuir os índices.

Segundo dados de 2012 da OMS, no mundo, 800 mil pessoas cometem suicídio ao ano. O número de tentativas é ainda mais assustador: para cada caso de óbito, 20 outras tentativas são registradas.

O Brasil é o 8º país na lista de casos: foram 11.821 casos registrados em 2012. Na faixa etária entre 15 a 29 anos, é a segunda causa de morte, ficando apenas atrás de acidentes de trânsito.

Números preocupantes que podem ser diminuídos com campanhas de prevenção e conversas sobre o assunto. A meta até 2020 é conseguir diminuir em 10% o índice de casos.

Matar a dor e não tirar a vida

Pessoas que têm esse desejo, na verdade têm sede de viver, mas dificuldades em enfrentar seus problemas.

Querem acabar com o problema, e não com a própria vida, mas não encontram solução para isso, caem no erro.

As pessoas que sofrem dessa angústia precisam aprender a usar o desejo de viver para superar essa dor, e desenvolver meios de enfrentar seus próprios medos, suas dificuldades, os desafios, afinal, todo ser humano é falível e passível de crises.

Solução, SIM!

De fato, lidar com essa questão não é simples. O assunto é um grande tabu para muitos, temido em vários ambientes, desde escolas, família, trabalho e além disso, grande parte das pessoas que vivem esse problema mergulham no isolamento e com isso turbinam a sua dor.

Em muitos casos, os sinais são silenciosos e, por isso, a atuação da família ou mesmo de um profissional, é mais difícil.

Falar sobre a dor, o conflito que essa pessoa está vivenciando é o primeiro passo para conseguir tratamento adequado.

Chorar, desabafar, expor seus sentimentos contribui para nutrir a coragem de viver, além disso, expor as questões que o afligem alivia a tensão e dá subsídio para a ajuda.

Não deveríamos, em hipótese alguma, ter vergonha das nossas dificuldades, dos nossos medos, pois nenhum de nós atingimos a perfeição.

Como prevenir o suicídio

Na corrida pelo direito à vida, nós subimos ao pódio. Entre milhares de outros, nós, com muita garra e força de vontade, lutamos contra tudo e todos e conseguimos conquistar a vitória.

Sem saber nadar, mergulhamos em um mar desconhecido e chegamos no nosso destino.

Seria mais fácil enfrentar um leão faminto, mesmo assim, não desistimos e lutamos até o fim, até conseguirmos atingir nosso objetivo, não perdemos a força de vontade, a paciência, a esperança, acreditávamos que aquele era nosso único sonho e nos agarramos a ele e o realizamos.

Chegamos a vida, e aqui estamos, todos nós! Essa é a nossa história, nós que hoje temos um corpo, nossos órgãos, passamos por uma saga para conquistar essa vitória, éramos apenas um espermatozoide, único em meio a outros que lutaram tanto quanto nós, mas não conseguiram, porque nós conseguimos.

Somente alguém com uma força descomunal poderia vencer essa corrida, e nós vencemos!

 

Deixar essa conquista se perder, certamente não é a melhor opção. Todos nós precisamos aprender a desenvolver habilidades socioemocionais para conseguir lidar de forma saudável com nossas perdas e frustrações.

É importante buscarmos o autoconhecimento, a compreender quem somos, quais são nossos medos, nossas angústias, mas principalmente quais são nossas alegrias, o que nos deixam felizes e as habilidades que se destacam em nosso ser.

Quando nos conhecemos, fica mais fácil de enfrentar o que nos aflige e assim, nos faz conquistar a autoconfiança.

Acreditar em si é um grande passo para conquistar a coragem de viver e retomar o fôlego da vida.

Ter autoconfiança é acreditar em seu potencial, na capacidade de conquistar e superar que tem, que por vezes está escondida, mas que deve ser despertada e ser parte do nosso cotidiano.

O grande potencial em você

Ao desenvolvermos o autoconhecimento e a autoconfiança nossa autoestima é nutrida. É fundamental reconhecer que somos únicos, especiais, perfeitos e belos, isso nos carrega de alegria e permite que nossa coragem de viver dê um drible nos estímulos estressantes, ou seja, em tudo aquilo que nos tira a paz.

Estimular a autoestima contribui para pensarmos de forma clara e leve e desenvolver um olhar multifocal sobre nossas angústias, nossa desesperança.

Quando fortalecemos o nosso ser, o nutrimos com nossa autoestima e o protegemos com nossa autoconfiança, conseguimos desenvolver a resiliência, a capacidade de lidar com nossas contrariedades, de nos renovarmos mesmo sofrendo frustrações e nos erguemos após nossas quedas.

A resiliência é o poder de ser forte diante dos percalços da vida, frente às desesperanças e mesmo assim continuar a caminhada.

Sonhe

Sonhos nos motivam a acordar, a superar nossos desafios, nos encorajam a lutar e nos inspiram a criar.

Qual o seu sonho? O que você quer conquistar?

Mas, se o sonho não existe, como devemos fazer? Procure em si o que te causa prazer, satisfação.

Todos nós conseguimos sentir prazer em alguma prática, seja um esporte, uma leitura, um cinema, conversar com as pessoas, andar pelo parque, fazer ou comer uma deliciosa comida, então busque realizar essa atividade que faz sentir-se bem e a partir dela, tente desenvolver o seu sonho.

Os sonhos aliviam as dores, trazem esperança, renovam as forças após a derrota e alimentam a esperança nos momentos de perda.

Sonhos são capazes de transformar a inteligência e plantá-la em solo fértil. Os sonhos nos motivam a acordar, a lutar pelo que queremos e nos leva a conquistar.

Portanto, sonhe e não apenas cultive-os, mas realize-os, vá atrás daquilo que faz você sentir-se bem além de diminuir os efeitos do medo, eles trarão felicidade, garra e prazer em viver.

 

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